E a análise deste "terreno" inconsciente, que revela os equívocos, os tropeços de linguagem e as armadilhas que cada sujeito se faz, possibilita com que ele saiba quais são os significantes que marcaram sua existência e que o empurra a fazer suas escolhas, seu modo de amar e de gozar (entendam aqui gozo no sentido psicanalítico como uma satisfação que nem sempre é prazerosa).
Sendo o Inconsciente um saber não sabido, um saber que o sujeito tem, mas que não está acessível para ele conscientemente, ele necessita de um Outro - o analista – que o escute e marque em seu discurso onde ele tropeça, o que ele repete e as "sabotagens" que se faz. E quando o sujeito consegue decifrar em análise seu sintoma, descobre a causa de seu sofrimento, o porquê de suas repetições, das rupturas dos laços afetivos, do uso de entorpecentes, das doenças repetitivas, etc.
Na análise, o analista escuta além da intencionalidade, pois é no registro do inconsciente que ele opera, escuta aquilo que na palavra do sujeito o trai, o que lhe atravessa. "É como se as palavras pulassem de minha boca, mas não era o que eu queria dizer", revelou um paciente. Ora, é exatamente o que ele queria dizer, porém não sabia. E saber sobre isso lhe abre uma nova perspectiva, pois poderá fazer algo diferente a partir dessa descoberta. Assim, poderá se colocar como dono de suas escolhas e de seu destino e não mais atribuirá ao outro o que lhe acontece.
Allan Álvaro Júnior Santos tagliari
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